A mais recente investida nesse campo é a aquisição de 90% do capital da Total Express, empresa de logística que entrega produtos de pequeno porte e tem faturamento anual de R$ 150 milhões. O acordo foi anunciado na sexta-feira. Com a aquisição, a Abril dá prosseguimento a uma estratégia que ganhou força no início do mês, quando criou a Entrega Fácil, empresa destinada a prestar serviços a sites de compras. A Total Express e a Entrega Fácil vão, agora, integrar a DGB (Distribuição Geográfica Brasil), holding da Abril que reúne as distribuidoras Dinap, FC Comercial e Magazine Express - responsáveis pela entrega das revistas do grupo.
A previsão é de que no próximo ano a DGB obtenha um faturamento anual de R$ 600 milhões, sendo R$ 250 milhões das empresas que distribuem produtos não relacionados às publicações da Abril. A meta é que o volume diário dessas entregas salte das atuais 50 mil para 200 mil.
"Temos presença em 2 mil municípios por causa da distribuição das revistas. Vamos aproveitar essa capilaridade e expandir a operação de logística, que é muito promissora", disse Fábio Barbosa ao Valor, em sua primeira entrevista desde que assumiu, há 50 dias, a presidência da Abril SA.
"O mercado de logística cresce em média 35% por ano. Há um grande potencial, mas isso demanda capital. Por isso fechei [negócio] com a Abril", afirmou Marcos Monteiro, um dos fundadores da Total Express. As negociações duraram quatro meses.
A previsão é de que a distribuição de revistas e outros produtos passe a representar, em 2012, cerca de 20% da receita bruta da Abril SA, que engloba editora, gráfica e distribuição. No ano passado, a Abril SA registrou faturamento de R$ 2 bilhões, com lucro líquido de R$ 217,4 milhões, quase o dobro de 2009.
A meta da DGB é ter entre 10% e 20% de participação do mercado de logística nos próximos anos. "Acreditamos que metade das nossas 200 mil entregas diárias previstas para o ano que vem virá das transações realizados por meio de comércio eletrônico", disse Fernando Mathias, superintendente da DGB. O executivo afirmou que há no mercado pelo menos 4 mil sites de compras no país, que juntos movimentam R$ 15 bilhões.
A ideia inicial da DGB é concentrar-se na entrega de pequenas encomendas, que pesam em média dois quilos, devido à carência desse tipo de distribuidora no mercado, afirmou Monteiro. A holding conta com um total de 40 centros de distribuição espalhados em vários pontos do país. "Cada vez mais os varejistas não querem ter grandes estoques, porque eles representam custos. Por isso acreditamos que o mercado de logística ainda tem muito espaço para crescer, principalmente no Brasil", disse o executivo.
Barbosa lembrou que outro segmento ainda pouco explorado no país é o de logística reversa. Trata-se do retorno de produtos e componentes utilizados aos fabricantes, como pilhas e baterias de celular, para o descarte ambientalmente responsável desses itens.
Fonte: Valor Econômico
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