O Governo do Estado projeta para o distrito portuário e industrial de Miritituba, no rio Tapajós, em frente à cidade de Itaituba, uma capacidade de movimentação de carga na ordem de 20 milhões de toneladas num horizonte de dez a quinze anos.
Com pretensão bem mais modesta na fase inicial de operação, a ideia é que comece com um volume de quatro a cinco milhões de toneladas, assumindo, a partir daí, uma trajetória ascendente que, em tese, fará dele um dos maiores terminais de grãos e carga geral do Norte do país.
A informação foi dada ontem, no início da noite, pelo secretário especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa, ao término de um encontro com executivos e representantes de grandes empresas com interesse na região – como Cargill e Cimento Nassau, entre outras –, além de vereadores e empresários de Itaituba.
Do encontro, realizado no Centro Integrado de Governo, participou também a secretária adjunta de Indústria, Comércio e Mineração, Maria Amélia Enriquez.
Sidney informou que ficou decidida a realização de um novo encontro, este na própria cidade de Itaituba, no próximo dia 14. Representando o governo do Estado deverão ir a essa reunião, além dele próprio, o secretário de Indústria, Comércio e Mineração, David Leal, e a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Tetê Santos.
Pela manhã, os visitantes e autoridades locais farão uma visita in loco à área do distrito portuário. À tarde, já em companhia de prefeitos e vereadores de municípios da região – Itaituba, Trairão, Novo Progresso e Altamira –, farão um debate sobre a rodovia BR-163.
A ideia, conforme frisou Sidney, é antecipar cenários, tendo em conta o que vai acontecer a partir do momento em que a rodovia estiver completamente asfaltada e com o distrito portuário em operação.
“Nós não podemos pensar apenas no que vai acontecer de bom, sob o aspecto econômico. Isso é importante. Mas é importante antever os possíveis problemas, a fim de preveni-los e minimizar os impactos negativos, tanto na área ambiental quanto no aspecto social”, declarou, fazendo referência ao previsível aumento do fluxo de caminhões na BR-163 e em toda a área de influência do complexo portuário. (Diário do Pará)
Fonte: Diário do Pará
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Frigoríficos querem taxa de 30% na exportação de bovinos vivos
Os frigoríficos decidiram abrir fogo contra as exportações de bovinos vivos e pedem ao Ministério do Desenvolvimento a taxação dos embarques em 30%.
Segundo exportadores, a alíquota inviabilizaria totalmente as exportações de bovinos vivos, que somaram US$ 440 milhões em 2011.
Protocolada anteontem, a petição é assinada pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Uniec (União Nacional da Indústria de Carne) e Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). No documento, elas afirmam que a exportação de gado em pé é um "retrocesso", pois "faz com que o país deixe de gerar renda, arrecadar tributos e criar empregos".
Também apontam o aumento das exportações de bovinos vivos como uma das razões para a limitação da oferta de boi para o abate nos últimos anos, elevando a capacidade ociosa das indústrias.
O Brasil exportou, no ano passado, 402 mil bovinos vivos, o equivalente a 1% do abate total no país. "Como uma atividade que representa 1% do abate pode prejudicar tanto o setor?", diz Alexandre Carvalho, diretor da Abeg (Associação dos Exportadores de Gado).
Alex Lopes da Silva, analista da Scot Consultoria, diz que a escassez de animais, verificada a partir de 2007, foi motivada pelo intenso abate de matrizes em anos anteriores e não tem relação com a exportação de gado em pé.
"A atividade agrega valor ao pecuarista, que recebe um prêmio para vender o gado para exportação em relação ao valor pago pelos frigoríficos", afirma Silva.
A polêmica está concentrada no Pará, responsável por 95% dessas exportações. No Estado, o gado que é exportado em pé representa de 15% a 20% do abate, segundo Gastão Carvalho Filho, diretor da Boi Branco, uma das principais exportadoras do país. "Com a exportação de boi vivo, apareceu um competidor para a indústria frigorífica, que encontra barreiras para reduzir o preço", diz.
Fonte: Folha de S. Paulo
Segundo exportadores, a alíquota inviabilizaria totalmente as exportações de bovinos vivos, que somaram US$ 440 milhões em 2011.
Protocolada anteontem, a petição é assinada pela Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Uniec (União Nacional da Indústria de Carne) e Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos). No documento, elas afirmam que a exportação de gado em pé é um "retrocesso", pois "faz com que o país deixe de gerar renda, arrecadar tributos e criar empregos".
Também apontam o aumento das exportações de bovinos vivos como uma das razões para a limitação da oferta de boi para o abate nos últimos anos, elevando a capacidade ociosa das indústrias.
O Brasil exportou, no ano passado, 402 mil bovinos vivos, o equivalente a 1% do abate total no país. "Como uma atividade que representa 1% do abate pode prejudicar tanto o setor?", diz Alexandre Carvalho, diretor da Abeg (Associação dos Exportadores de Gado).
Alex Lopes da Silva, analista da Scot Consultoria, diz que a escassez de animais, verificada a partir de 2007, foi motivada pelo intenso abate de matrizes em anos anteriores e não tem relação com a exportação de gado em pé.
"A atividade agrega valor ao pecuarista, que recebe um prêmio para vender o gado para exportação em relação ao valor pago pelos frigoríficos", afirma Silva.
A polêmica está concentrada no Pará, responsável por 95% dessas exportações. No Estado, o gado que é exportado em pé representa de 15% a 20% do abate, segundo Gastão Carvalho Filho, diretor da Boi Branco, uma das principais exportadoras do país. "Com a exportação de boi vivo, apareceu um competidor para a indústria frigorífica, que encontra barreiras para reduzir o preço", diz.
Fonte: Folha de S. Paulo
Brasil quer cota flexível para importar do México
DE BRASÍLIA - Está na mesa de negociação entre Brasil e México a possibilidade de adotar um regime flexível para controlar a entrada de veículos mexicanos: o que for importado além de determinada cota não se beneficiaria do acordo automotivo de 2002 e pagaria imposto normalmente. Após deficit comercial de quase US$ 2 bilhões em veículos com o México em 2011, o Brasil exigiu uma renegociação da parceria, sob pena de rompê-la. Em caso de rompimento, o acordo ainda vigoraria por mais 14 meses. "Essa rodada de negociações é decisiva. O rumo, seja de 'denúncia' [rompimento] ou solução, é previsto para esse encontro", disse o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes. As reuniões serão retomadas hoje. Para que os veículos do México continuem sem pagar Imposto de Importação, o Brasil quer incluir no acordo caminhões e ônibus, o que tornaria a balança entre os países mais equilibrada. Participaram dos encontros os ministros Fernando Pimentel e Antonio Patriota e a chanceler do México, Patricia Espinosa. Fonte: Folha de S. Paulo |
Manufaturados brasileiros perdem participação em países da América Latina
Os manufaturados têm perdido participação de forma generalizada na exportação brasileira. A redução da fatia dos manufaturados acontece não só nas vendas aos Estados Unidos, como também para países da América Latina, considerados destinos com potencial de crescimento para a venda de industrializados brasileiros.
A Argentina, terceiro maior país de destino da exportação total brasileira, é um exemplo. Em 2007, os manufaturados representavam 93% das vendas de produtos brasileiros para o país vizinho. No ano passado, a fatia caiu para 89,9%.
O Chile e a Venezuela - que, ao lado da Argentina, compõem o grupo dos três principais mercados sul-americanos para o Brasil - seguem a mesma tendência. Em 2007, 64% da exportação brasileira para os chilenos era de manufaturados. No ano passado, a participação diminuiu para 52,7%. Para a Venezuela, a fatia caiu, no mesmo período, de 82,9% para 55,1%. Os dados são da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
José Augusto de Castro, presidente em exercício da AEB, diz que, tradicionalmente, os países da América do Sul, além do México, mantêm participação maior de manufaturados nas compras de produtos brasileiros. A localização geográfica, diz, afeta os custos logísticos e contribui para maior competitividade do manufaturado brasileiro quando o destino está a distância relativamente curta. O problema é que, mesmo nesses destinos, os produtos mais industrializados acabaram perdendo espaço na pauta brasileira.
"Isso é resultado da estratégia de países como a China, que estão entrando de forma mais agressiva em mercados em crescimento", diz Castro. Para ele, uma solução a prazo mais curto seria oferecer a setores com potencial de exportação linhas de crédito específicas para vender a países da América Latina.
O desempenho das vendas de manufaturados aos países da América do Sul acompanhou o recuo dessa classe de produtos na exportação total do país, lembra Castro. Em 2007, os manufaturados representavam 52,25% das vendas externas. Em 2011, a fatia era de apenas 36,05%, de acordo com a classificação de manufaturados do Ministério do Desenvolvimento.
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, diz que a menor representatividade dos manufaturados também em mercados próximos ao Brasil reflete a perda de competitividade dos produtos de maior valor agregado produzidos no país por conta da pressão de custos internos de produção crescentes, como mão de obra e matéria-prima e serviços. Ao mesmo tempo, um patamar de real valorizado em relação ao dólar tira a rentabilidade das exportações e impede que as empresa repasse a pressão de custos para os preços de exportação.
A crise financeira, avalia Silveira, ainda agravou o quadro, porque ajudou a criar um excedente de produtos no mercado internacional, o que aumentou a concorrência, principalmente dos asiáticos, com o produto brasileiro.
"Esse quadro tende a se acirrar mais em 2012 em razão da crise europeia", diz o economista. "E o câmbio deve continuar desfavorável à exportação. Ninguém pode cogitar trabalhar com o dólar a R$ 1,90 ao fim do ano, porque uma desvalorização muito grande do real traria alto risco de inflação."
A expectativa, segundo Silveira, é que haja o fortalecimento da economia doméstica no decorrer do segundo semestre e, a partir daí, a indústria volte a crescer mais, ganhando escala e competitividade. "O que precisa ser feito é uma discussão ampla, com planejamento estratégico que permita elevar a produção industrial e as exportações para cada um dos países."
Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), acredita que, no caso da Argentina, podem ter pesado também as barreiras criadas nos últimos anos, como a demora para a liberação das licenças de importação. Isso, diz ele, afetou as exportações de manufaturados brasileiros.
Para Branco, a perda de competitividade do manufaturado brasileiro tem um exemplo contundente nos EUA, parceiro tradicional no comércio de industrializados. Ele lembra que, enquanto os manufaturados perderam espaço na exportação aos americanos, os básicos avançaram.
Segundo os dados da AEB, os básicos representavam em 2007 19,4% das vendas do Brasil aos EUA. No ano passado, essa fatia subiu para 33,8%. Branco diz que, dentro dos básicos, o petróleo teve avanço importante. "Essa perda de fatia dos manufaturados aconteceu por uma concorrência maior dentro do mercado americano. A crise agravou a situação."
Fonte: Valor Econômico
A Argentina, terceiro maior país de destino da exportação total brasileira, é um exemplo. Em 2007, os manufaturados representavam 93% das vendas de produtos brasileiros para o país vizinho. No ano passado, a fatia caiu para 89,9%.
O Chile e a Venezuela - que, ao lado da Argentina, compõem o grupo dos três principais mercados sul-americanos para o Brasil - seguem a mesma tendência. Em 2007, 64% da exportação brasileira para os chilenos era de manufaturados. No ano passado, a participação diminuiu para 52,7%. Para a Venezuela, a fatia caiu, no mesmo período, de 82,9% para 55,1%. Os dados são da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
José Augusto de Castro, presidente em exercício da AEB, diz que, tradicionalmente, os países da América do Sul, além do México, mantêm participação maior de manufaturados nas compras de produtos brasileiros. A localização geográfica, diz, afeta os custos logísticos e contribui para maior competitividade do manufaturado brasileiro quando o destino está a distância relativamente curta. O problema é que, mesmo nesses destinos, os produtos mais industrializados acabaram perdendo espaço na pauta brasileira.
"Isso é resultado da estratégia de países como a China, que estão entrando de forma mais agressiva em mercados em crescimento", diz Castro. Para ele, uma solução a prazo mais curto seria oferecer a setores com potencial de exportação linhas de crédito específicas para vender a países da América Latina.
O desempenho das vendas de manufaturados aos países da América do Sul acompanhou o recuo dessa classe de produtos na exportação total do país, lembra Castro. Em 2007, os manufaturados representavam 52,25% das vendas externas. Em 2011, a fatia era de apenas 36,05%, de acordo com a classificação de manufaturados do Ministério do Desenvolvimento.
Fábio Silveira, sócio da RC Consultores, diz que a menor representatividade dos manufaturados também em mercados próximos ao Brasil reflete a perda de competitividade dos produtos de maior valor agregado produzidos no país por conta da pressão de custos internos de produção crescentes, como mão de obra e matéria-prima e serviços. Ao mesmo tempo, um patamar de real valorizado em relação ao dólar tira a rentabilidade das exportações e impede que as empresa repasse a pressão de custos para os preços de exportação.
A crise financeira, avalia Silveira, ainda agravou o quadro, porque ajudou a criar um excedente de produtos no mercado internacional, o que aumentou a concorrência, principalmente dos asiáticos, com o produto brasileiro.
"Esse quadro tende a se acirrar mais em 2012 em razão da crise europeia", diz o economista. "E o câmbio deve continuar desfavorável à exportação. Ninguém pode cogitar trabalhar com o dólar a R$ 1,90 ao fim do ano, porque uma desvalorização muito grande do real traria alto risco de inflação."
A expectativa, segundo Silveira, é que haja o fortalecimento da economia doméstica no decorrer do segundo semestre e, a partir daí, a indústria volte a crescer mais, ganhando escala e competitividade. "O que precisa ser feito é uma discussão ampla, com planejamento estratégico que permita elevar a produção industrial e as exportações para cada um dos países."
Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), acredita que, no caso da Argentina, podem ter pesado também as barreiras criadas nos últimos anos, como a demora para a liberação das licenças de importação. Isso, diz ele, afetou as exportações de manufaturados brasileiros.
Para Branco, a perda de competitividade do manufaturado brasileiro tem um exemplo contundente nos EUA, parceiro tradicional no comércio de industrializados. Ele lembra que, enquanto os manufaturados perderam espaço na exportação aos americanos, os básicos avançaram.
Segundo os dados da AEB, os básicos representavam em 2007 19,4% das vendas do Brasil aos EUA. No ano passado, essa fatia subiu para 33,8%. Branco diz que, dentro dos básicos, o petróleo teve avanço importante. "Essa perda de fatia dos manufaturados aconteceu por uma concorrência maior dentro do mercado americano. A crise agravou a situação."
Fonte: Valor Econômico
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